sábado, 27 de fevereiro de 2010

ÁGUIA QUE VAIS TÃO ALTA

Recordo,com saudade,os grupos corais improvisados quando,fora-de-horas e após fecharem as tabernas,cantavam numa toada magoada e harmoniosa, "modas" como a que abaixo reproduzo,e de
cujo autor não sei o nome;aqui lhe presto a minha homenagem:

Ó águia que vais tão alta
voando de pólo em pólo
leva-me ao céu onde tenho
a mãe que me trouxe ao colo

A mãe que me trouxe ao colo
ficou-me fazendo falta
voando de pólo em pólo
ó águia que vais tão alta


P.S. lamentavelmente não me lembro do resto.Mas é emocionante não é?
Não posso afirmar,mas parece-me que a nossa Amália gravou .

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

IDADE

-Pensava que:com o avanço da idade,a nossa capacidade de compreender o mundo e as pessoas que nos rodeiam fosse aumentando.acreditava que a passagem do tempo nos trazia sabedoria.
Li,algures,que o traço do pintor fica mais seguro,mais apurado, com a passagem dos anos.
-Estava convencido que a razão,paulatinamente,ganharia terreno à emoção alcançando-se por esta via um maior "equilíbrio". Esforço-me para continuar a crer que assim é...mas começo a duvidar. É que eu "refilo"por dá-cá-aquela-palha, zango-me com as pessoas (por vezes com aquelas de quem mais gosto),sou intolerante...eu que já tenho idade para aconselhar,para passar
uma mensagem de tranquilidade...será isto a velhice? Não sei,não sei nada,cada vez sei menos!
Vou tentar saber.



domingo, 14 de fevereiro de 2010

ALQUEVA

- Que pena,não é nosso! Esta a frase que a minha mãe pronunciava,quando no fim do dia o meu pai despejava um molho de notas sobre a mesa:40 para o fornecedor de farinha,30 para a renda,10 para aqui,15 para acolá...não sobejava nada,ainda faltava.
- A padaria que explorava,não dava lucro,só trabalho.Mas o meu pai era um lutador:os seus braços fortes amassavam,numa enorme "amassadeira",o pão que no dia seguinte,levaria para as lojas da aldeia para ser vendido.A minha mãe,coitada,tratava da lida da casa e ainda dava uma ajuda,a "tender"e pesar o pão ,antes de ir para o forno(como era de lei).
-Isto vai melhorar,a barragem vai ser feita,vai ser um "negocião",não vai haver pão que chegue,dizia o meu pai.Estávamos na década de sessenta.A barragem não foi construída .
-A padaria faliu e a pobreza abateu-se,em força,sobre a minha família.
-O "guerreiro" não se deixou abater.Virou-se para o que melhor sabia fazer,a agricultura,mas tendo alienado as pequenas parcelas que possuía para aplicar na dita padaria,valeram-lhe alguns amigos que possuíam terrenos de boa qualidade e lhos disponibilizaram,em sociedade,para que os explorasse.Dedicou-se à cultura ,sazonal,de melão de sequeiro.Correu bem e ganhou,razoavelmente,nos dois primeiros anos.No terceiro,apostou tudo.Semeou trinta
hectares.O ano agrícola correu mal...perdeu tudo e voltou a miséria.Mas,agora é que era:a barragem ia ser feita.Não foi. O álcool tornou-se um refúgio.Mas!Não se deixou vencer:trabalhou nos campos,guardou rebanhos,comprou umas cabeças de gado,insistiu...
já na década de setenta,voltou ao meloal e ganhou.Não muito mas equilibrou-se;e agora sim
a barragem ia ser,finalmente,construída.Já não o foi atempo.Ele morreu.Mas,antes de ele morrer, já tinham começado as escavações para desviar o curso do rio.Levei-o lá,agarrou-me pelos braços e sacudiu-me com vigor (apesar da idade,as suas mãos pareciam duas tenazes):eu não te dizia! Vou fazer cá um "negocião"!

ESCUTAS

eu escuto
tu escutas
ele escuta
nós escutamos
vós escutais
eles escutam

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

CENSURA ?

Ontem,vi e ouvi,"claramente visto" e " sonoramente ouvido," (esta saiu-me bem! )uma senhora
jornalista a dizer,mais ou menos isto : « há censura em Portugal!». Mas, então era permitido,à referida senhora,produzir esta afirmação num meio de comunicação social ,havendo censura? Não estou a perceber!?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CARNAVAL

Quando era criança , gostava do Carnaval. Havia as "danças",lá na minha aldeia:grupos de jovens,que cantavam e dançavam acompanhados por um "tocador de concertina"; satirizavam e ,sempre com bom gosto nunca recorrendo ao palavrão nem ao insulto , criticavam costumes e normas sociais,com a particularidade de nunca visarem a "pessoa" mas sim a sociedade .
Cada "dançarino"marcava o compasso com uma pandeireta enfeitada de fitas coloridas. era bonito, não havia violência,física ou verbal.Havia vivacidade e alegria (claro que não se tratava de meninos de coro) tudo dentro dos limites. Tenho saudades.
Mais tarde,conheci "outros carnavais" onde havia ovos,saquinhos de areia,balões de água e
outras gentilezas...comecei a gostar menos do Carnaval. Agora ,e que me desculpem as pessoas
que gostam de festejar esta quadra,agora não tenho pachorra.Também aceito que seja da idade.

De qualquer modo,desejo BOM CARNAVAL para quem aprecia.



P.S. Dizem que no Brasil é uma festa grandiosa.Também em Veneza,onde parece que há representações de teatro e manifestações de arte.Talvez estes me interessem mas... ficam muito €onge!